quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo




" Não quero acalanto

sorrisos,

mise en scène cortês

nem beijos nem afagos

nem um oi, talvez...

quero a acidez dos gestos

o SILÊNCIO

a permanência dessa AUSÊNCIA

Que a mim

Já não dói mais..

Quero a paz silenciosa

Os pedaços que refiz

Colagens colágenos

De um tempo

Que nunca existiu

Quero o cotidiano

Sem ressonâncias magnéticas

E os registros das minhas memórias

Que a ti não deve mais

E entre fogos de reivellon

Festejar a sublime paz de sobreviver

à mim mesma".



Poema: Fátima Lima

Fotografia: Irina Ionesco

3 comentários:

  1. Esse poema combinou muito comigo no início dessa semana. Desejava apenas a ausência e essa paz de ter sobrevivido a mim mesma.


    p.s: Achei seu comentário foi bem interessante. Concordo que o jornalismo seja importante para a sociedade, mas o que me deixa irritada, principalmente porque eu tenho uma queda pelo jornalismo literário e cultural, é que muitas vezes o jornalista fica preso e não consegue ousar e brincar com o jeito de construir o texto. Ainda não sou formada, mas na própria universidade já tive professores que não deixavam a turma inovar. Era sempre a mesma fórmula, o mesmo feijão-com-arroz do jornalismo.

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  2. Não sei se os textos do Rian Santos são mesmo jornalísticos, mas admiro a capacidade dele de escrever o que gosta e da forma que lhe convém. Pena que nem sempre existe uma liberdade assim...

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  3. Que celebremos a vida, os acontecimentos, as sobrevivências nesse contorno cotidiano que só nos ensina a amar cada dia mais...

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