Budapeste ou um convite para pensar "as linguagens"

Hoje vi " Budapeste" filme baseado na obra de Chico Buarque.. Meio tiete de Chico já cheguei no cinema com bons olhos... Deixei-me tomar pelas imagens e pensei "cinema é diversão", filme "é para limpar a cabeça"... Sem me ater aos detalhes da narrativa, um fato porém sobressaiu: o filme me fez pensar o que é a linguagem para não dizer "as linguagens"? Essa ato tão humano e funtamental perpetuado no Gênesis através da construção mítica " E o verbo se fez carne". Até onde a linguagem é reafirmação de uma identidade cultural ou rupturas de fronteiras, ressignificações, possibilidades de subversões e encontro com a diferença? Entre Brasil e Hungria, o filme nos provoca a pensar sobre a linguagem escrita... Costa, o personagem principal é um escritor anônimo que realimenta, através de seus escritos, uma indústria de escritores midiáticos... Reflexão que nos leva a pensar a política de direitos autorais ou até mesma a quem pertence a escritura?... Mas, o filme também nos coloca o desafio de romper fronteiras culturais.. Costa vai a Budapeste e num show de alteridade o filme nos desvela a dimensão da identidade quando num telefone para o Brasil, a palavra "Saudade" é repetida várias vezes... Palavra essa que só nossa língua portuguesa foi capaz de inventar e exprimir (ao nosso modo), mas também o filme aponta possibilidade de comunicação entre culturas tão distantes mas também tão próximas,pois quando a linguagem é a dor, o sofrimento, a busca pela interminável experiência de ser nos encontramos universalmente...O personagem Costa é isso: a possibilidade de ser em mil. Isso me lembrou a grande música do Chico " A voz do dono, o dono da voz".
Imagens Fonte: Internet- Budapeste e Rio de Janeiro