quarta-feira, 12 de agosto de 2009
"A Poesia Visceral de Elisa Lucinda"
As poesias de Elisa Lucinda chegaram até mim através de um presente.. Esses " achados" de relance nas livrarias de aeroportos. A obra de título sugestivo " Eu te amo e suas estréias" devorei vorazmente perguntando quem é essa negra capixaba, agora carioca, poeta e atriz... Foi o começo do encontro com suas poesias. Logo adquiri " O Semelhante " e " A Fúria da Beleza"... Assim, às vezes alimento os dias com sua escrita forte que possui a propriedade de viajar pelo mais elementar do cotidiano até as visceralidades dos erotismos... À poesia de Elisa Lucinda.
" Fêmea no Chão"
Se estivesse aí
na cama da gente
Faria um poema indecente
Um poema de vir-ilha
molhado de água por todos os lados
Faria um fado
Faria uma moda de versos
com o cheiro que mora nesse perto
onde agora não estou
Faria um anel, um anzol de pescar
cheiros e gemidos
cuecas, vestidos e lembranças
Faria uma criança
que reparasse
no remexido dos panos
na bailarina e no arame
Faria um tatame de poesia
feito de àgua fêmea e chão macho
Dormisse eu aí
e aí eu ficasse
faria na sua cama
e seu embaixo
o livre penacho das liras
o murmurar sincero das estrofes
rasgaria as tiras de dentro de mim
para serem minhas rimas
Elisa Lucinda na obra " Eu te amo e suas estréias"
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