terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

" Conversas com o Id ou a Interpretação dos Sonhos"





"Conversas com o Id ou A Interpretação dos Sonhos"


“ Vi que não era muitas, talvez nenhuma

O agridoce da minha pele selvagem se desfazia em néctar levemente amargo

Alimento de besouros noturnos a rondar jardins

Numa floresta de imagens: "Eu mulher" me via em pedaços

Sem cortes e recortes: colagens de imagens sem nexos, centros e convexos

O fino amolar da faca cega

Deslizava por entre meus dedos

Eu tinha medo: da manhã, da tarde, da noite

De madrugadas a se repetir feito cronômetro nas mãos de um treinador obsessivo

Lia um conto do Bonassi

O que piorava meu estado de alma

Num turbilhão urbano

De cidadelas sem fim

Vi que não era a cidade

A cidade não existia mais

Não vi prédios, fachadas, nem elétricos movimentos

Ressonâncias de um passado

Dei conta, assim, que os sonhos

São enigmáticos e solitários...”


Para Sigmund Freud, para os tarólogos, pais-de-santo, cartomantes, curiosos, para qualquer pessoa que gosta de interpretar sonhos, imagens em devaneios de um inconsciente desejoso....


Texto: Fátima Lima

Foto: Fátima Lima

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